Texto: COBRAPOL
Brasília, terça-feira – 16.07.2024
A Cobrapol manifesta seu repúdio às declarações expressas em ofício da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) ao governador do estado, em relação ao reajuste salarial dos policiais civis do RS. No já citado ofício, do dia 10 de julho, a direção da Federasul, na pessoa do seu presidente Rodrigo Sousa Costa, se posiciona contrariamente à concessão de um possível reajuste salarial aos servidores da segurança pública. Para isso, os representantes do empresariado gaúcho se utilizam, demagogicamente, da tragédia climática que se abateu sobre o estado no mês de maio.
É importante destacar que os policiais civis do Rio Grande do Sul estiveram, desde o primeiro momento, na linha de frente do socorro às vítimas das enchentes. Todo o contingente da Polícia Civil trabalhou de forma incansável no resgate de vítimas, na garantia da segurança das cidades atingidas, no combate às fake news que prosperaram durante a tragédia e na distribuição de comida e mantimentos. Muitas vezes esses servidores tiveram que atuar em condições extremas, colocando as suas próprias vidas em risco. Além disso, muitos dos policiais tiveram suas próprias casas atingidas pelas águas, mas, mesmo assim, continuaram na sua missão de salvar vidas, mesmo que tivessem que ficar afastados dos seus familiares, que também precisavam da sua ajuda.
Mas, para os empresários representados pela Federasul, nada disso importa. Para esses empresários, o que importa é a garantia das suas benesses, como as isenções fiscais de mais de R$ 17 bilhões que usufruíram durante o ano de 2023. Para a Federasul, os policiais só têm importância quando são necessários para garantir a segurança dos seus negócios. Para eles, o fato da Polícia Civil do RS ser uma das responsáveis pelas sucessivas quedas nos índices de criminalidade no estado, registrando os menores números de violência da história, não tem nenhuma importância. A Cobrapol repudia, de forma veemente, esse verdadeiro ataque desferido pela Federasul contra os policiais civis do estado. A reconstrução do Rio Grande do Sul passa, necessariamente, pelo fortalecimento do serviço público e esse fortalecimento tem que começar pelo pagamento de um salário digno aos seus servidores.