No país, aumento de homicídios de negros foi de 23,1%
Considerado pelo Atlas da Violência como uma das principais facetas da desigualdade racial no país, o assassinato de negros cresceu 23,1% no país entre 2006 e 2016. No Rio Grande do Sul, o aumento foi de 93,4%. De 19,1 homicídios passou para 36,8 por 100 mil habitantes .
Em uma análise pormenorizada dos dados do RS, é possível perceber que a taxa de 2016 nesse período de 11 anos. Na realidade, o indicador vem oscilando desde 2006, com pequena redução em três anos: 2009, 2011 e 2013 (veja gráfico abaixo).
Na comparação com outros estados, chama a atenção o Rio Grande do Norte, no Nordeste. Lá o aumento de assassinatos foi de 321,1%: de 16,7 homicídios por 100 mil habitantes para 70,5.
Em 2016, o estado do Sergipe lidera a taxa de homicídios de negros, com uma taxa de 79 assassinatos. Na sequência, vem o Rio Grande do Norte.
O estudo também destaca o cenário de Alagoas que registrou 69,7 mortes de negros e de 4,1 entre não-negros. A situação acabou fazendo com os pesquisadores comparassem as duas realidades com cenários estrangeiros:
— Em uma aproximação possível, é como se os não negros alagoanos vivessem nos Estados Unidos, que em 2016 registrou uma taxa de 5,3 homicídios para cada 100 mil habitantes, e os negros alagoanos vivessem em El Salvador, cuja taxa de homicídios alcançou 60,1 por 100 mil habitantes em 2017 — observa o estudo.
Queda em nove estados
Na outra ponta da balança, nove estados apresentaram queda na taxa de homicídios de negros durante a década. Entre esses, destacamos as três maiores reduções: São Paulo (-47,7%), Rio de Janeiro (-27,7%) e Espírito Santo (-23,8%). São Paulo também se destacou por ser o estado no qual as taxas de homicídios de negros e de não negros mais se aproximavam (13,5 e 9,1).
Fonte: GaúchaZH
Postada por Carlos Matsubara